Política como identidade da juventude

Por: Mayara Mascarenhas

O projeto A juventude no olho do furacão: participação e representação política da juventude no Brasil, coordenado pela antropóloga e professora do Departamento de Ciências Sociais da Rural Elisa Guaraná de Castro, teve início em 2018. A pesquisadora, que também dá aulas nos cursos de pós-graduação CPDA e PPGCS, estuda o tema relacionado à juventude há 20 anos, e destaca que volta suas atenções para a juventude rural e a juventude na participação política. Com o grande engajamento dos jovens no cenário político contemporâneo do país, ela quis compreender como a juventude se coloca na cena política nos múltiplos espaços de mobilização, representação e atuação. 

Segundo Elisa, o propósito da pesquisa é analisar a construção de identidades políticas da juventude no Brasil a partir dos anos 2000, objetivando compreender os sentidos e significados das formas de mobilização e repertórios de ação política, modos de organização e representação social. Para isso, ela procura jovens com a faixa etária de 15 a 29 anos, mas destaca que, no subprojeto sobre representação parlamentar, conta com a participação de adultos entre 30 e 35 anos para as entrevistas. 

Elisa lembra que a juventude sempre foi ativa no viés político.

– Juventude e ser jovem nem sempre significaram a mesma coisa. A identificação dos e das jovens varia historicamente, culturalmente e mesmo territorialmente. Porém, com o passar dos anos, foi possível perceber que a juventude no Brasil é acionada como identidade política. São jovens que se apresentam disputando valores, posições e construções políticas, culturais e sociais. 

A pesquisadora ressalta, ainda, que com a ampla participação de toda a população, especialmente em esferas de representação política, é possível perceber alguns marcadores sociais importantes, como classe e condição econômica, raça, gênero, local de moradia, escolaridade e geração. 

A pesquisa no campo das ciências sociais, mais especificamente na antropologia da política, enfrenta algumas dificuldades, como a falta de recursos.  Assim, o único apoio que o projeto de Elisa Guaraná tem é uma bolsa Pibic UFRRJ CNPQ. A docente lembra que o trabalho não conta com participação de outros professores do Departamento. E finaliza.

– Mesmo com poucos recursos, acredito que essa é uma oportunidade para dialogar com estudantes dos cursos da Rural e construir caminhos no sentido de compreender melhor a atuação dos e das jovens na política.

Participam do projeto os alunos: Daniel Andrade (mestrando/bolsista Capes-CPDA); Gelson Henrique Silva da Silva(  graduação de Ciências Sociais/bolsista de Iniciação Científica CNPQ); Gilvandro Sousa (graduação de Ciências Sociais); Joyce Gomes (mestranda PPGCS); Luiza Borges Dulci (bolsista CNPQ-CPDA); Paloma Rodrigues (graduação de Ciências Sociais).